Steve Jobs e a Advocacia
Acabamos de finalizar a leitura de um livro muito interessante, intitulado "A Cabeça de Steve Jobs", de autoria de Leander Kahney e publicado pela editora Agir.
O livro narra toda a trajetória de Jobs, desde a criação da Apple, sua saída da empresa e seu retorno triunfal na metade da década de 90 do século passado, após a aquisição da Next. A partir daí é que começaram a surgir produtos que temos como referência hoje, como o Macbook, o Ipod e o Iphone.
No desenvolvimento, o livro descreve muito bem a personalidade deste empresário que vem sendo idolatrado como uma pessoa que consegue prever o que seus consumidores precisam (antes mesmo que eles mesmos saibam!) e criar produtos cada vez mais fáceis de usar, embora cheios de funções.
A leitura nos incentivou a aplicar alguns "ensinamentos" de Jobs à advocacia, os quais sintetizamos abaixo, com destaque em negrito (já havíamos rascunhado alguma coisa no Twitter na noite de ontem):
- Muitos criticavam Steve Jobs pelo seu detalhismo e perfeccionismo. Porém, trata-se de uma questão de perspectiva. "Em vez de perfeccionismo, uma busca pela excelência". O que alguns enxergam como "detalhismo em excesso" na verdade é a busca incansável pela obtenção do melhor resultado. Na advocacia sempre devemos buscar a melhor solução jurídica e não só uma solução qualquer!
- "Uma das coisas que ele admirava em [Bob] Dylan era sua recusa em parar quieto. Muitos artistas de sucesso congelam em algum ponto de suas carreiras: continuam fazendo o que os levou ao sucesso inicialmente, mas não evoluem". Na advocacia, é necessário evoluir e inovar constantemente, sempre tentando novos caminhos e buscando novas soluções, sem se acomodar com as soluções "tradicionais" ou "prontas"!
- "Os inovadores em negócios pegam as invenções dos outros e as aprimoram (...). Henry Ford não inventou o automóvel, mas aperfeiçoou a produção em massa". Na advocacia não importa quem concebeu a tese primeiro, mas sim buscar meios para sua aplicação prática!
- Sobre os objetivos de Steve Jobs: "nossa meta (...) é fazer os melhores PCs do mundo - não queremos ser os maiores nem os mais ricos". Na advocacia muitas vezes é preferível ter as melhores soluções jurídicas (ou seja, ser referência em qualidade) do que ser o "maior" escritório (referência em quantidade).
Editando: aproveito para colocar abaixo o video de um discurso de Steve Jobs em 2005 para uma turma de graduandos de Stanford, conforme preciosa indicação do colega Bruno Teixeira:
Comentários
sou um grande fã dos produtos Apple. Gosto porque são produtos excelentes, bem produzidos, lindos, simples, funcionais.
Através deles conheci o Steve e passei a acompanhar seus Keynotes nos evetos da Apple.
Este jeito Steve é fascinante, pois cria coisas até então inimaginaveis, como o iPod, iMac, Apple TV, o conceito do mouse.
A excetricidade dele é temida pelos seus colaboradores e, ao mesmo tempo, é inspiradora porque torna possível trabalhos fantásticos.
O que devemos apreender no "jeito Steve" é a busca pelo execelente, pelo novo, pelo rompimento do paradigma, e deixar suas imperfeições de lado e cuidar das nossas.
Compactuo com seus apontamentos professor, pois os escritorios tem deixado de lado a qualidade em detrimento da quantidade, buscando se tornar pequenas fabriquetas de peças processuais. Somando isso a falta de capacitação dos bachareis de direito para a gestão de carreira, acabamos com bons advogados que não sabem como retirar o máximo de seu trabalho.
um abraço,